Ao meu alentejo que está todo catita por estes dias de Primavera, está como mais gosto dele, verde verdinho...
"O Alentejo não é um amor de verão, desses que rompem súbitos e logo abalam, apressados de abalar. O Alentejo é ferida aberta no peito. Custa a rasgar-se a ferida, mas aberta nunca mais sara. Os que o amaram como mais ninguém o amou morreram angustiados de não o ter amado mais. Alguns bem terão tentado escapar às garras de tão grande paixão. Tristes de ficar, mas angustiados de partir. Ao Alentejo sempre voltando: pela escrita, pela vida, pela morte.
È preciso tempo para descobrir os segredos que a planície guarda. É como penetrar no mistério de uns olhos negros de mulher. Descobrir o rosto para lá do véu da moura. O Alentejo é ávaro em se mostrar. Descobri-lo só pode revelar um acto de inteligência. À indigência de um olhar superficial, o Alentejo opõe o desafio do pensamento. Selecciona quem o pode amar. De Miguel Torga vem esta certeza: “ Mais do que fruir a directa emoção de um lúcido passeio, quem percorre o Alentejo tem de meditar. E ir explicando aos olhos a significação profunda do que vê”. Alentejo: despido e seco. Vertical e nobre. Orgulhoso e sereno. Uma planura com colinas e mar ao lado. Provocação para a descoberta. Descobri-lo é soltar amarras e largar à conquista de solo e de suão. Espreitar a solidão dos montes. Sentir claustrofobia diante de tanto espaço. Voar no bico de sândalo de uma cegonha. Cavalgar no porte majestoso de uma abetarda. Encontrar um Alentejo imperturbável para além das influências é respirá-lo, como quem faz amor. É saber que “ o corpo ali pode ainda tocar o barro que Deus criou ”.
Nas veias desta gente navegam cromossomas de origens muitas. Do mediterrâneo chegaram a cidade e o sentido de autonomia local. Chegaram civilização e comércio. Ângulo recto e o rigor do número. Brilho, jóia e luxo. Perfume e palácio. Do norte a cruz. Debaixo da vista, perdida na distância, a planura que o homem da montanha sempre quis para si. Alentejo fenício, grego, romano, cristão e moçárabe. Uns e outros aqui misturados. Hábitos e culturas, caldeadas no regaço da mesma terra. Religiões e línguas. Sangue e mentalidades. Juntos fizeram o Alentejo. Terra de gente altiva. Com a solidão do sol. De mulheres com luas nos olhos e searas no andar. É um convite à descoberta. Sedução vir aqui. Sossegar na brisa da tardinha. Ver o passado passear de mãos dadas com a novidade e a mudança – sem que nada perturbe o jeito grande e digno de estar na vida. "
È preciso tempo para descobrir os segredos que a planície guarda. É como penetrar no mistério de uns olhos negros de mulher. Descobrir o rosto para lá do véu da moura. O Alentejo é ávaro em se mostrar. Descobri-lo só pode revelar um acto de inteligência. À indigência de um olhar superficial, o Alentejo opõe o desafio do pensamento. Selecciona quem o pode amar. De Miguel Torga vem esta certeza: “ Mais do que fruir a directa emoção de um lúcido passeio, quem percorre o Alentejo tem de meditar. E ir explicando aos olhos a significação profunda do que vê”. Alentejo: despido e seco. Vertical e nobre. Orgulhoso e sereno. Uma planura com colinas e mar ao lado. Provocação para a descoberta. Descobri-lo é soltar amarras e largar à conquista de solo e de suão. Espreitar a solidão dos montes. Sentir claustrofobia diante de tanto espaço. Voar no bico de sândalo de uma cegonha. Cavalgar no porte majestoso de uma abetarda. Encontrar um Alentejo imperturbável para além das influências é respirá-lo, como quem faz amor. É saber que “ o corpo ali pode ainda tocar o barro que Deus criou ”.
Nas veias desta gente navegam cromossomas de origens muitas. Do mediterrâneo chegaram a cidade e o sentido de autonomia local. Chegaram civilização e comércio. Ângulo recto e o rigor do número. Brilho, jóia e luxo. Perfume e palácio. Do norte a cruz. Debaixo da vista, perdida na distância, a planura que o homem da montanha sempre quis para si. Alentejo fenício, grego, romano, cristão e moçárabe. Uns e outros aqui misturados. Hábitos e culturas, caldeadas no regaço da mesma terra. Religiões e línguas. Sangue e mentalidades. Juntos fizeram o Alentejo. Terra de gente altiva. Com a solidão do sol. De mulheres com luas nos olhos e searas no andar. É um convite à descoberta. Sedução vir aqui. Sossegar na brisa da tardinha. Ver o passado passear de mãos dadas com a novidade e a mudança – sem que nada perturbe o jeito grande e digno de estar na vida. "
Autor: Desconhecido
O teu Alentejo e' lindo...
ResponderEliminarO meu "gajo" e' alentejano de gema hihihih
e eu tambem adoro o Alentejo
beijinhos e viva o Alentejo
Este mundo é pikinininho!!
ResponderEliminarBeijinho*