quinta-feira, 27 de maio de 2010

A morte

A morte... Que palavra... que significado...
Nunca tive medo de morrer, desde que sei o que a morte significa. Nunca tive medo de não chegar ao destino, sempre achei que a vida não é só isto. Sempre achei e ainda acho, que o local para onde vamos a seguir a esta vida material é muito melhor, é um local onde a mentira, a competição e o interesse não existem, porque não há dinheiro envolvido no processo, o que facilita tudo (e complica tudo cá no andar de baixo).
Sempre tive medo de matar alguém, por negligência, acidentalmente. Tenho uma paranóia com passadeiras quando conduzo, porque não conseguiria viver comigo mesma se algum dia roubasse a vida a alguém e não tenho dúvidas em dizer que se provocasse um acidente preferia ser eu morrer, mas 1000 vezes. A culpa sugarme-ia a vida aos poucos.
Mas se nunca tive medo ou receio da minha morte, sinto-me completamente aterrorizada com a possibilidade da morte das pessoas que mais amo. Completamente aterrorizada mesmo já passei noites inteiras sem dormir com este medo que me paralisa e a ouvir à porta dos quartos, para ver se as pessoas estão a respirar (isto até deve ter um nome de um síndroma qualquer). Mas sei e admito que isso é um pouco egoísta, porque se eu acredito que lá em cima é um local de reencontro, não fazia sentido este medo todo, se não fosse o meu egoismo. Por ex. para explicar melhor, a minha avó perdeu o marido, com cinquenta anos. Namorou com ele durante 14 anos e estiveram casados 22. Eles amavam-se com um amor que hoje não existe, de tal forma, que passados 24 anos da sua morte ela continua a sentir a sua falta como se tivesse sido ontem. Eu acredito com todas as forças do meu ser que quando ela partir (daqui é 78923919103639404836123465850 biliões de anos) ele vai lá estar, de braços abertos à espera dela, e juntamente vão estar todos os outros familiares, e os pais e os amigos dela vão estar lá a recebê-la em festa.
Ainda assim continuo a querê-la ao pé de mim, por muitos e longos anos, com saúde e lucidez ao meu lado a apoiar-me a rir-se das minhas loucuras e devaneios, a chamar-me a alegria da casa, a dizer-me que sou o seu amor pequenino, e a sofrer e a chorar com as minhas derrotas. Quero as comidinhas dela e quero tomar o nosso cafézinho diário por mais 100 décadas.

Amanhã vai correr tudo bem minha princesa. O amor supera tudo. E eu sou egoísta sabes? Quero-te aqui.

3 comentários:

  1. Entendo-te bem. Não tenho medo de morrer , mas assusta-me muito a morte dos que mais amo. Mas ao contrário de ti não acredito que haja algo mais, acho que quando se morre tudo acaba.É por isso que é tão importante aproveitar bem a vida! Bj p ti e para a tua princesa:)

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  2. Eu penso exactamente como tu, se eu morrer olha morri mas os que amo nem pensar em tal coisa... mas pensamento positivo ... a tua princesa ainda vai ver os bisnetos a crescer :-)) (os teus baby)
    bjinho e que tudo corra bem a tua princesa de cabelo charmoso

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  3. Identifico-me tanto com este teu post :)

    Tudo de bom para vós*

    Beijo

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